Anunciado nesta terça-feira (3/10), na Suécia, o Prêmio Nobel de Física será entregue a Rainer Weiss, Kip Thorne e Barry Barish pelo trabalho que resultou no Observatório Interferométrico de Ondas Gravitacionais LIGO (do inglês Laser Interferometer Gravitational-wave Observatory).
A detecção de ondas gravitacionais, que confirmou parte fundamental da Teoria Geral da Relatividade formulada por Albert Einstein, foi realizada por um time de vários países, entre eles cientistas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), em São José dos Campos (SP).
A primeira detecção foi realizada em 2015 e inaugurou um novo campo da astronomia. A Colaboração Científica LIGO possui seis membros na Divisão de Astrofísica do INPE: Odylio Denys Aguiar, líder das pesquisas sobre ondas gravitacionais no Instituto, César Augusto Costa, Márcio Constâncio Jr, Elvis Camilo Ferreira, Allan Douglas dos Santos Silva e Marcos André Okada.
“Este é um reconhecimento histórico para a área e para o trabalho árduo de todos os envolvidos nela. Com o anúncio, fica claro que a comunidade científica reconhece como inaugurada a Astronomia de Ondas Gravitacionais. Falta agora a ação das fontes de financiamento científico brasileiro (CNPq, CAPES, FAPEs) para criarem esta nova subárea de pesquisa nos formulários de pedidos de apoio”, declara Aguiar.
O grupo do INPE trabalha no aperfeiçoamento da instrumentação de isolamento vibracional e térmica do LIGO, na sua futura operação com espelhos resfriados. O principal objetivo é aumentar a sensibilidade dos detectores para observar mais fontes de ondas gravitacionais.
Além disso, o grupo atua na caracterização dos detectores, buscando determinar as suas fontes de ruído e a minimização dos seus efeitos nos dados coletados, permitindo que sinais de ondas gravitacionais fortes sejam mais facilmente localizados.
Ondas gravitacionais carregam informações sobre suas origens e sobre a natureza da gravidade que não podem ser obtidas de outra forma. As ondulações no tecido do espaço-tempo provocadas pela colisão de buracos negros haviam sido previstas, mas nunca observadas antes do LIGO.
De acordo com a relatividade geral, um par de buracos negros orbitando entre si perde energia através da emissão de ondas gravitacionais, fazendo-os se aproximarem gradativamente ao longo de bilhões de anos e bem mais rápido nos minutos finais. Durante a fração final de segundo, os buracos negros colidem um contra o outro com velocidade aproximadamente igual à metade da velocidade da luz e formam um buraco negro mais massivo, convertendo em energia uma porção da massa total do par, de acordo com a fórmula de Einstein E=mc2.
Mais informações: http://www.inpe.br/noticias/noticia.php?Cod_Noticia=4109.
Imagem ilustrativa de IsaacFryxelius - CC0 Creative Commons - Pixabay
Nenhum comentário:
Postar um comentário