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segunda-feira, 28 de março de 2016

Prefeitura de Porto Alegre inaugura ecobarreira do Arroio Dilúvio nesta segunda

Foto: Patrícia Vieira / Divulgação PMPA
Nesta segunda-feira, 28, às 14h, a prefeitura inaugura a ecobarreira do Arroio Dilúvio. Estarão presentes o prefeito José Fortunati, representantes dos departamentos de Esgotos Pluviais (DEP) e de Limpeza Urbana (DMLU), bem como das empresas  Safeweb eEcotelhado e do Instituto de Pesquisas Hidráulica (IPH) da UFRGS. A barreira está localizada na avenida Ipiranga, entre as avenidas Borges de Medeiros e Edvaldo Pereira Paiva.

A estrutura é uma barreira ecológica que atravessa o Arroio Dilúvio de um lado a outro, impedindo a chegada do lixo flutuante ao Guaíba, e uma gaiola (armadilha) que deve ser içada trazendo os resíduos para a superfície. O objetivo da obra é impedir a chegada dos sólidos flutuantes do Dilúvio ao Guaíba, retirá-los do local e assim reduzir a quantidade dos mesmos que, por ação da corrente e dos ventos do Lago Guaíba, depositam-se nas suas margens. Estes materiais, além de comprometerem o paisagismo, retém águas das chuvas, permitindo a proliferação de vetores. “O que vier a ser feito neste projeto, poderá ser estendido a outras bacias hidrográficas da cidade, principalmente no tocante às ações educativas”, destaca o diretor-geral do DEP, Tarso Boelter.

A construção, que iniciou em janeiro deste ano, deverá iniciar os testes operacionais após a inauguração. A obra da Ecobarreira do Arroio Dilúvio é uma parceria da Safeweb com o DEP e DMLU, bem como o IPH da UFRGS. Caberá ao DEP, fiscalizar a operação do equipamento e sua eficácia. O DMLU deverá coletar e identificar os tipos de resíduos retirados sempre que necessário, bem como ser responsável pelo translado dos containers com os materiais retirados. À Safeweb cabe a implantação do sistema, execução técnica e manutenção do serviço. O engenheiro ambiental responsável pela execução da obra é Gino Gehling, professor de Resíduos Sólidos e Sistema de Água e Esgoto do IPH da UFRGS.

Dragagem – O DEP é responsável pela dragagem do Arroio Dilúvio e dos demais arroios de Porto Alegre. Somente em 2015 o Departamento retirou 71 mil toneladas de material como lodo, areia e entulhos do leito nas ações de dragagem. A dragagem é necessária para facilitar o escoamento das águas das chuvas em direção ao Guaíba, evitando o transbordamento do córrego e alagamentos. O trabalho é feito ao longo dos quase 12 quilômetros de extensão do Dilúvio e consiste na remoção do sedimento acumulado devido à grande quantidade de despejo que os afluentes descarregam no arroio.

Limpeza do material flutuante - O DMLU inicia nesta segunda-feira, 28, mais uma ação de limpeza da superfície do Arroio Dilúvio com o apoio de dois barcos. A ação, que começa após a inauguração da ecobarreira, contará ainda com equipe de 25 garis e caminhões de apoio. 

O diretor-geral do DMLU, André Carús, destaca que o principal objetivo da limpeza é sensibilizar a população para o descarte adequado dos detritos. “Com a implantação da ecobarreira, vamos tentar reduzir a quantidade de resíduos que acabam caindo no Lago Guaíba. O DMLU irá coletar o material da ecobarreira, categorizar os tipos de sólidos flutuantes recolhidos e dará, posteriormente, o destino adequado”, disse. Conforme o Novo Código de Limpeza Urbana, jogar, descartar ou abandonar resíduos nas margens ou dentro de rios, córregos e arroios é considerado multa gravíssima, e o infrator fica sujeito à multa de até R$ 5.256,14.

Em 2013, 2014 e 2015, foram retiradas 267, 200 e 65 toneladas de resíduos respectivamente, de materiais como pneus, garrafas pets, sofás, sacolas plásticas, chinelos, sapatos, carrinho de bebê, cadeiras de rodas, piscina plástica, fogão, geladeira, carcaça de computador, de televisor, de ventilador e de orelhão, embalagens longa vida, roupas, colchões, isopor, lonas, mamadeira, bicicletas, panelas, canos de PVC, vasos de plantas e até uma banheira de hidromassagem. 

O Projeto - O projeto da Ecobarreira foi criado por Luiz Carlos Zancanella Júnior, vice-presidente da empresa Safeweb Segurança da Informação Ltda. A Safeweb implantou a estrutura, em um investimento de R$ 250 mil na obra civil. “A ideia da Safeweb é ajudar Porto Alegre. Tivemos esta iniciativa a partir de um vídeo que mostrava construção similar executada na cidade de Baltimore, nos Estados Unidos”, explica Zancanella Júnior. 

A barreira ecológica deverá operar por um máximo de cinco anos, conforme acordo previsto entre a Prefeitura de Porto Alegre e a empresa Safeweb. Ao fim do primeiro ano de funcionamento, no qual ocorrerão ajustes operacionais, a municipalidade optará por desativar a obra, ou mantê-la em operação até o fim do quinto ano, caso julgue-a adequada. Este projeto também pretende alavancar ações de cunho ambiental, divulgando princípios de sustentabilidade que a sociedade deve assumir em busca da preservação ambiental.

Ações Educativas – Na área da Educação Ambiental, a barreira passará à população facilidades para que entendam os objetivos da obra, e principalmente, que pratiquem os preceitos da Lei 11.445/2007, que estabelece diretrizes para o saneamento básico. O DEP, em parceria com o IPH, pretende realizar edições do Curso Multiplicadores Ambientais voltado para lideranças comunitárias e moradores da bacia do Dilúvio.

A programação incluirá palestras de sensibilização, trilha ecológica pelo Parque Saint’Hilaire, onde está localizada a nascente do arroio Dilúvio, para a visualização da barragem Lomba do Sabão, e após uma visita no local onde está a barreira ecológica, construída para barrar a entrada de resíduos no Guaíba. Durante o percurso de ônibus do parque até a barreira ecológica será realizada uma explanação da ação do homem sobre o arroio e suas consequências, desde a nascente até a foz, para que os participantes percebam as mudanças em relação à vegetação, clima e demais impactos da degradação ambiental do riacho. O objetivo é que esta vivência possa despertar a consciência ecológica nos presentes, para que a partir da visualização da degradação anseiem pela preservação do que ainda resta, e atuem como Multiplicadores Ambientais.

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