Para evitar a proliferação do Aedes aegypti em áreas rurais, os produtores agrícolas estão recebendo recomendações que enfatizam a organização e a limpeza de suas propriedades como estratégia indispensável para combater o mosquito transmissor da dengue, zika e chikungunya.
No Distrito Federal, o Programa de Boas Práticas Agrícolas da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater-DF), por exemplo, está orientando os produtores a evitar deixar em locais descobertos qualquer utensílio que possa acumular água.
Os especialistas orientam o produtor sobre a necessidade de descartar todo o entulho sem uso da propriedade rural e evitar deixar ao relento até mesmo cocos secos e tampas de embalagens, além de utilizar telas de proteção nas caixas d'água e tanques.
"Alguns acampamentos são abastecidos por caminhões-pipa. Nesses locais, é comum armazenar água em tanques sem a devida cobertura", comenta a economista doméstica Eleuteria Mendes, da Emater-DF, que tem participado da força-tarefa criada para combater o Aedes aegypti no Distrito Federal.
Segundo o pesquisador Francisco Schmidt, da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, além de inspecionar a propriedade rural, o produtor pode recorrer aos bioinseticidas como precaução contra as larvas do mosquito. "Bioinseticidas compostos pela bactéria Bacillus thuringiensis var. israelensis (Bti) não intoxicam os animais, se colocados em bebedouros."
O gerente de controle de endemias do Distrito Federal, Petrônio Lopes, destaca que a orientação prioritária é manter limpos os cochos e bebedouros de animais. "O tratamento mecânico é o mais simples e recomendável. Se o produtor emborcar, proteger ou eliminar os recipientes propícios para focos, não há necessidade do tratamento com uso de inseticidas", diz. Ele ressalta que o tratamento químico deve ser feito apenas quando não há condições de fazer o controle mecânico.
Armazenamento de água
Outras recomendações para os produtores rurais quanto ao armazenamento de água é sempre tampar os tonéis utilizados para guardar água e povoar com peixes os tanques maiores que coletam água para irrigação, para evitar o surgimento de larvas do mosquito. A Emater recomenda utilizar alevinos de lambari ou tilápia para evitar o surgimento das larvas do mosquito na água parada.
Foi o que fez o produtor de hortaliças Francisco Albuquerque, do Núcleo Rural Sobradinho, no Distrito Federal. "Temos tilápias no tanque maior, e fui orientado a guardar em local coberto e seco as embalagens de defensivos vazias. Também estamos recolhendo pneus e outras vasilhas que ficavam espalhados na propriedade", relata Francisco.
Fonte: Portal Brasil, com informações da Embrapa
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