Arquivo/ICMBio |
De acordo com o coordenador de Produção e Uso Sustentável do ICMBio, João da Mata, para garantir o manejo sustentável da espécie, é necessário realizar o zoneamento dos lagos e monitorar o número de indivíduos em cada localidade.
A contagem é feita a partir do conhecimento tradicional dos pescadores, que utilizam visão e audição para identificar os pirarucus juvenis e adultos (acima de 1,5 m) e registrá-los em um formulário.
Esse processo é necessário para determinar as cotas de captura e avaliar anualmente o crescimento do estoque pesqueiro. “Está estabelecido um teto de pesca de até 30% da população dessa espécie”, explica o coordenador.
Como resposta à implantação do manejo, logo nos primeiros anos, a população de pirarucus mostrava sinais positivos de recuperação. “Antes, a pesca acontecia ao logo de todo o ano e a venda era realizada por cada família, em pequenas quantidades, para os intermediários (regatões). No sistema de manejo sustentável, essa pesca passou a ser em grupo e a venda realizada por meio de associações comunitárias ou colônias de pescadores”, compara João da Mata.
Além disso, a pesca passou a ser realizada apenas no período de seca (de setembro a novembro), respeitando o ciclo reprodutivo da espécie e facilitando a logística de captura e o controle dos órgãos de fiscalização. No restante do ano, os comunitários dedicam-se à agricultura familiar, à pecuária de pequeno porte e ao manejo florestal.
“A partir do momento em que os moradores se envolvem nos trabalhos de vigilância e monitoramento dos lagos, temos um resultado positivo nos estoques populacionais das espécies. Isso tem sido primordial dentro de uma estratégia de envolvimento comunitário voltado para o ordenamento e manejo dos recursos pesqueiros”, concluiu o coordenador.
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