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O Laboratório Nacional de Biociências (LNBio), vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), está absorvendo tecnologia que utiliza chips com culturas de células humanas para testes de laboratório, em vez de animais.
Esses dispositivos são interligados em circuitos que simulam as condições do organismo. Desenvolvida por uma startup alemã, a tecnologia está alinhada ao esforço do Brasil em reduzir e substituir a utilização de animais em testes de medicamentos e cosméticos.
Denominado Human on a chip (ser humano em um chip, em inglês), o projeto é da empresa TissUse, que está transferindo a tecnologia para o LNBio. A parceria começou em 2015, com o treinamento de pesquisadores brasileiros em Berlim.
Por meio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), o MCTIC investiu R$ 1 milhão para que o LNBio adotasse a tecnologia. O Grupo Boticário repassou mais R$ 500 mil.
Segundo o gerente de desenvolvimento de fármacos do LNBio, Eduardo Pagani, cada chip tem o tamanho aproximado ao de um smartphone com capacidade para abrigar células de órgãos diferentes em compartimentos separados. Uma solução semelhante ao sangue humano circula por canais para simular o organismo humano.
"A ideia é pegar pedacinhos dos órgãos e mantê-los vivos nessa preparação e integrados, como ocorre no nosso organismo. Isso já é uma realidade", explicou Pagani, que coordena o projeto no Brasil. "No futuro, a ideia é reproduzir um organismo humano num chip. Imaginamos poder fazer uma arquitetura celular semelhante ao do organismo vivo."
Animais protegidos
No Brasil, 17 tipos de testes com animais não poderão mais ser praticados até 2019. Procedimentos que incluem a aplicação de substâncias em órgãos sensíveis, como os olhos de coelhos, bois, cães e outras espécies, já estão ficando no passado, sendo substituídos por outras práticas.
Há duas semanas, o Conselho Nacional de Controle de Experimentação Animal (Concea) publicou no Diário Oficial da União uma resolução normativa que reconhece o uso de métodos alternativos validados, como testes in vitro de curta duração para danos oculares e de triagem para toxicidade reprodutiva, que tenham por finalidade a redução, substituição ou o refinamento do uso de animais em atividades de pesquisa.
De acordo com Pagani, alguns testes em animais ainda são exigidos, mas uma determinação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), publicada em 2015, obriga os laboratórios a encerrarem os testes em animais nos próximos três anos.
Fonte: Portal Brasil, com informações do MCTIC
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