Foto: ICMBio |
O Projeto Baleia Jubarte detectou, desde o início do ano, 46 encalhes na costa brasileira. O número é superior ao de 2015, que registrou 43 encalhes. Milton Marcondes, coordenador de pesquisa do projeto, classifica o período como atípico. Ele passou até a utilizar o aplicativo WhatsApp para receber avisos de encalhes.
“Carcaças de baleias em áreas habitadas são um problema de saúde pública”, esclarece. O Projeto Baleia Jubarte atende a chamados do litoral da Bahia e do Espírito Santo, áreas com forte presença das jubartes. Porém, pode receber avisos de qualquer parte do país e encaminhá-los a organizações que atuam no atendimento a encalhes. A população pode utilizar o número (73) 988.021.874 ou informar pelo site www.baleiajubarte.org.br.
O Instituto Baleia Jubarte, responsável pelo projeto, está monitorando o movimento de embarcações e fazendo reuniões com os pescadores na região de Abrolhos, sul da Bahia, como parte da estratégia para reduzir o impacto das atividades humanas sobre as baleias no arquipélago. A ação é apoiada pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), órgão vinculado ao Ministério do Meio Ambiente.
Atenção redobrada
Os pesquisadores perceberam que as baleias vêm sendo observadas com maior frequência nessa temporada e em trechos da costa onde apareciam menos, como no litoral paulista. Por isso, é necessário redobrar os cuidados para evitar interferências das embarcações e equipamentos de pesca.
A advertência vale também aos turistas que vão observar baleias. Procurem empresas habilitadas para os passeios e que sigam as normas de avistagem. A observação de baleias é regulamentada por portaria, que limita a aproximação máxima a 100 metros, e o motor da embarcação deve permanecer em neutro enquanto estiver próximo às baleias.
Os pesquisadores acreditam que o aumento no número de encalhes este ano tem relação com mudança no clima. Há indícios de que mudanças provocadas pelo El Niño podem afetar a oferta de alimento na Antártica, segundo explica o pesquisador.
Com isso, algumas baleias chegam muito magras à costa brasileira. Sem forças, depois de percorrer cerca de quatro mil quilômetros, elas encalham com mais facilidade. “O fenômeno ocorreu em 2010, quando tivemos 92 encalhes, o que nos pegou de surpresa. Mas hoje já compreendemos melhor o que acontece”. O Projeto Baleia Jubarte é patrocinado pela Petrobrás.
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