A Reserva Extrativista (Resex) Verde para Sempre, no Pará, vai realizar estudo sobre a fauna aquática do lago do Urubu, berçário para a reprodução de muitas espécies de peixes que abastecem os rios da região. O lago já foi fechado e a pesquisa será feita com apoio da Universidade Federal do Pará (UFPA) e de comunitários.
O objetivo da pesquisa é avaliar a importância do lago do Urubu, que fica no extremo norte da reserva, no ciclo de vida dos recursos pesqueiros, verificando a diversidade, abundância e estrutura populacional das espécies em relação aos demais ambientes circundantes.
O fechamento do lago foi solicitado pelos próprios moradores, que entenderam a importância de realizar os estudos e coibir a pesca que comprometa a manutenção do equilíbrio ecológico. “O fechamento é temporário e terá a duração de dois anos, período que coincidirá com a realização da pesquisa”, informou Humberto Figueira Barbosa, técnico ambiental da Resex.
Expedições e monitoramento participativo
Em virtude da grande variação nos períodos de enchente, cheia, vazante e seca, os gestores da reserva e pesquisadores optaram por fazer, durante os estudos, quatro expedições anuais no lago para levantar dados sobre os recursos íctios (peixes) e a atividade pesqueira. Essa estratégia permitirá uma menor margem de erro na pesquisa.
As expedições terão duração, cada uma, de 15 dias. Os estudos serão feitos com base em metodologias participativas e pescas experimentais. Todo o trabalho será conduzido com a participação ativa dos moradores locais, que serão capacitados para dar continuidade ao monitoramento após o término do projeto.
Os peixes capturados nas pescas experimentais serão devidamente acondicionados, etiquetados e identificados de acordo com a nomenclatura zoológica vigente. Os exemplares das espécies não identificadas em campo serão mantidos em formol a 10% e transportados para o Laboratório de Ictiologia da Universidade Federal do Pará/Campus Altamira.
Após a triagem, os peixes em boas condições de conservação serão entregues às lideranças comunitárias para o consumo pela população local. “Espera-se que, com os resultados, seja possível regular o uso dos recursos pesqueiros de modo sustentável, sem comprometer as gerações presentes e futuras de terem suas próprias necessidades atendidas”, diz Barbosa.
O chefe da Resex Verde para Sempre, Agostinho Filho Tenório da Silva, reforça a ideia: “Precisamos conhecer para podermos manejar e garantir um meio ambiente ecologicamente sustentável em consonância com as atividades produtivas sustentáveis”.
Fonte: ICMBio
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