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segunda-feira, 21 de novembro de 2016

Arqueólogos estão investigando a história da ocupação humana na Amazônia

Reprodução/MCTIC
Depois de passarem um mês coletando vestígios arqueológicos no interior do Amazonas, pesquisadores de universidades federais da região analisam agora cerâmicas e pedaços de pedra, carvão ou ossos encontrados na região do Médio Solimões.

Os artefatos encontrados vão ajudar os estudiosos a desvendar a história da ocupação humana na Amazônia antes da colonização europeia.

"Esses vestígios, quando estavam inteiros ou eram utilizados por alguém, representaram uma cultura, um momento da história. Basicamente, aquele antigo utensílio serviu a algum propósito na sociedade", explicou o arqueólogo Eduardo Kazuo, do Instituto Mamirauá.

Para o pesquisador Rafael de Almeida Lopes, da Universidade Federal de Sergipe, os vestígios podem revelar duas tradições culturais de produção cerâmica na região do Médio Solimões. Segundo ele, a hipótese é que populações de diferentes aldeias, que produziam cerâmicas com técnicas e metodologias distintas, estavam se relacionando.

Cerâmica

A região do lago Caiambé, escolhida para as escavações, foi palco de uma expedição realizada nas décadas de 1950 e 1960 pelo arqueólogo alemão Peter Hilbert, pioneiro nos estudos sobre a região.

De acordo com o pesquisador Eduardo Kazuo, os vestígios encontrados por Hilbert naquela região e na cidade de Tefé eram diferentes de outras áreas e, por isso, acabaram definindo duas antigas expressões culturais do Médio Solimões nomeadas de fase Caiambé e Tefé, dois conjuntos cerâmicos regionais que fazem parte da Tradição Borda Incisa e Tradição Polícroma, respectivamente.

Tradições

É possível que as cerâmicas da Tradição Borda Incisa tenham sido produzidas entre os anos 700 e 1000. Parte dessas cerâmicas possui decorações que imitam a forma de animais como tartarugas, pássaros e macacos e são atribuídas às populações que falavam língua Aruaque.

Já as cerâmicas da Tradição Polícroma são associadas a um período de ocupação mais recente, após o contato dessas populações indígenas com os colonizadores. Já foram datados vestígios entre 500 e 1.700. Elas são caracterizadas por decorações em pintura vermelha e preta sobre argila branca. Alguns arqueólogos acreditam que esse material esteja associado à dispersão de populações que se comunicavam em língua Tupi.

Terra preta

Outra revelação dos pesquisadores foi o estudo da terra preta de índio, muito encontrada na Amazônia. Para os estudiosos, a terra preta está vinculada às antigas ocupações indígenas da região.

Esse tipo de terra, muito fértil, é formado por um aglomerado de grande produção e descarte de matéria orgânica. Nesse substrato, também é encontrado material carbonizado que, ao ser analisado, ajuda na compreensão do tipo de madeira e frutas que eram consumidos pelos indígenas naquele período.

Fonte: Portal Brasil, com informações do MCTIC

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