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sexta-feira, 2 de setembro de 2016

Agentes desmontam esquema de caça ilegal e venda de animais no Pará

Reprodução/ICMBio
Uma operação na cidade de Curionópolis, sudeste do Pará, desbaratou esquema de caça ilegal e venda de partes de animais silvestres. Cerca de 30 homens do 23º Batalhão da PM, Grupamento Tático Operacional (TGO) e da Policia Rodoviária encontraram numa residência diversos animais abatidos, entre eles, 16 onças pintadas, carcaças e aves em gaiolas, além de armamentos e munições. Segundo o Ibama, essa foi a maior apreensão de felinos caçados desde a criação do órgão. 

Imagem: Ibama
Pelo menos 20 animais foram abatidos: 16 onças (Panthera onca), duas suçuaranas (Puma concolor), uma jaguatirica (Leopardus pardalis) e um jacaré (Caimam sp.). Todos foram levados para sede do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) na Floresta Nacional de Carajás (PA). Exames genéticos serão realizados para determinar as espécies e concluir a investigação. Após o encerramento da pericia será definida a destinação final das apreensões.

Contudo, há prática de caça profissional na região, embora não existam estatísticas oficiais. Os órgãos ambientais e de segurança pública reconhecem que ocorre, também, abate clandestino de animais silvestres, provocado pela caça esportiva ou muitas vezes a mando de fazendeiros para defender seus rebanhos.

Para Frederico Drumond, chefe da Floresta Nacional (Flona) de Carajás, o crime extrapola a caça de subsistência e proteção de animais de fazenda. “A quantidade de animais, os cortes de pele, as carcaças, as cabeças de uma espécie ameaçada de extinção preparadas para a venda mostram que o caso é mais grave. Até porque, no caso de felinos, como a onça pintada, na maior parte do tempo são animais solitários e territorialistas e 16 onças pintadas foram abatidas em um território muito grande, e não em uma pequena área de extensão”, disse ele.

Segundo Drumond, quando um animal como a onça pintada é retirada da natureza dessa forma há um impacto muito negativo, pois é um animal que já tem população reduzida. “Embora exista a fiscalização, a proteção é insuficiente para combater as inúmeras ações de predar os recursos da floresta”, afirmou o chefe da Flona.

Foi a maior quantidade de grandes felinos caçados já registrada em uma operação. Para os agentes ambientais, o crime está relacionado ao tráfico de fauna. Três autos de infração totalizaram R$ 460 mil por matar, mutilar e manter animais silvestres em depósito. A apreensão de sete aves silvestres no local resultou na aplicação de mais uma multa no valor de R$ 34 mil.

Fiscalização

O ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho, afirmou, por meio de nota, que pretende reforçar a fiscalização de crimes de tráfico de animais. "O perigo de extinção da onça pintada aponta, de forma dramática, para a necessidade urgente de aumentarmos, em quantidade e qualidade, a proteção de nossa biodiversidade. O Ministério do Meio Ambiente entende que essa proteção passa, necessariamente, pelo fortalecimento da estrutura de fiscalização do Ibama e do ICMbio", disse.

De acordo com a Polícia Militar, as buscas foram deflagradas depois que foram encontrados armas ilegais dentro do veículo de um dos suspeitos em uma revista, o que levou a buscas no local dos abates. 

Três pessoas foram presas em flagrante. A suspeita é de que elas integram uma quadrilha especializada em tráfico de animais. Duas delas pagaram fiança e foram liberadas na segunda-feira (29). Apenas uma continua presa. Foram apreendidas ainda armas e munições e aplicadas multas que, somadas, chegam a 594 mil. As penas por tráfico de animais variam de seis meses a um ano de prisão e pagamento de multa. 

O material de fauna apreendido ficou sob custódia do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e foi periciado pelo Centro de Perícia Cientifica Renato Chaves, na terça-feira (30). Em seguida, será preservado e liberado para aproveitamento cientifico em pesquisas e análises genéticas que podem contribuir para o conhecimento de populações de onças no Brasil e para educação ambiental. O Ibama, que conta com um serviço de inteligência, continua à frente das investigações para identificação e punição de outros envolvidos.

Fonte: Portal Brasil, com informações do Ibama e do ICMBio

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