Imagem: Ibama |
Após levantamento inédito, o Ibama multou em R$ 1,8 milhão 32 embarcações da frota atuneira nacional que pescavam ilegalmente na Baía de Sepetiba, no litoral fluminense. Localizada no oeste do estado, a baía abriga a maior população de boto-cinza (Sotalia guianensis) do mundo, espécie em risco de extinção e ameaçada pela pesca predatória.
O Programa de Rastreamento de Embarcações Pesqueiras por Satélite (PREPS) é um sistema que monitora a movimentação dos barcos de grande porte na costa brasileira. Para identificar os que estavam praticando pesca proibida no habitat do boto-cinza, a Operação Mareados, realizada pela área de Inteligência do Ibama, analisou o histórico de deslocamento da frota pesqueira àquela região nos últimos três anos.
Dos 32 barcos multados, todos eram atuneiros do sul e sudeste do país: 16 saíram de Santa Catarina, 4 do Rio Grande do Sul, 2 do Espírito Santo e 10 do Rio de Janeiro. No período fiscalizado, eles entraram na Baía de Sepetiba regularmente para capturar sardinhas-verdadeiras com rede de cerco - modalidade de pesca proibida para a região. Posteriormente elas seriam usadas como iscas-vivas na pesca do bonito-listrado, espécie-alvo dessa frota, já em alto mar.
A Baía de Sepetiba possui normas específicas para pesca por ser um importante berçário natural para muitas espécies marinhas, além de local de ocorrência do boto-cinza. "A pesca de cerco imprime grande esforço sobre os cardumes, por isso não é tolerada em uma baía como essa. O declínio nas populações de boto-cinza, entre outras causas, também está relacionado à pesca de cerco porque ela compromete os estoques de peixes que alimentam o boto", diz o chefe da Fiscalização do Ibama no Rio de Janeiro, Leonardo Tomás.
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