Empresa que mantém o monopólio dos serviços de correspondências no País, os Correios estão reconfigurando o seu perfil de gestão e ampliando sua atuação no mercado, com diversificação dos serviços prestados à população. Para o ano que vem, inclusive, a empresa planeja ingressar no ramo de telefonia móvel, como uma nova concorrente das operadoras de celulares que já atuam no Brasil.
Em Bauru, as mudanças resultantes desta reestruturação também são evidentes. Desde o dia 11 de fevereiro, a Diretoria Regional dos Correios São Paulo Interior, sediada na cidade, está sob novo comando. Natural de Avaré e gerente da agência central de Bauru desde 2008, Maurício Claro assumiu o cargo de diretor regional, que era até então ocupado por Divinomar Oliveira da Silva.
Conforme o JC divulgou em setembro do ano passado, as mudanças determinadas pelos Correios alteraram as atribuições das diretorias, inclusive a de Bauru. Muitas decisões, antes concentradas na sede regional – que abrange 583 municípios do Interior, foram descentralizadas, com o objetivo de garantir maior agilidade e eficiência nos resultados da empresa.
Segundo Maurício Claro, todo o processo, iniciado em junho do ano passado, visa garantir sustentabilidade aos Correios, para que continue como empresa pública e estratégica para o Brasil mesmo diante da redução do tráfego mundial de mensagens físicas provocado pela popularização das novas tecnologias de comunicação. “Hoje, os serviços de correspondências já não representam mais a maior parcela do faturamento dos Correios”, frisa o novo diretor regional.
Diversificação
Como forma de superar esta mudança, a empresa diversificou seus ramos de atividade ao ingressar no mercado concorrencial, ampliando seu escopo de atuação, entre eles a entrega de encomendas, oferta de produtos e serviços bancários essenciais e, em breve, também no setor de telefonia móvel.
“Esta última deve entrar em nosso portfólio de produtos em 2017. A ideia é criar uma nova operadora de telefonia de celular para concorrer com as já existentes”, destaca, citando que, associadas a cortes de despesas, iniciativas como esta buscam contornar o desempenho ruim da empresa em tempos de crise, incluindo o prejuízo estimado de aproximadamente R$ 2 bilhões em 2015.
Perfil
Nascido em Avaré, Maurício Claro fez carreira dentro dos Correios, empresa em que trabalha há 21 anos. Formado em administração de empresas e com pós-graduação em gestão de pessoas e gestão estratégica de negócios, ele começou a atuar nos Correios em 1994, em Iaras, como auxiliar de serviços postais.
Depois de ser promovido a atendente e gerente da agência, foi transferido para Avaré, na função de volante, em que cobria férias de alguns colegas de trabalho. Foi, mais uma vez, promovido a gerente da agência naquela cidade e, em 2006, veio trabalhar em Bauru, assumindo a área de consultoria de negócios como assistente comercial. Em 2008, foi convidado a assumir a gerência da agência central, onde ficou até ser nomeado diretor regional da unidade dos Correios São Paulo Interior, no início de 2016.
Empresa descentraliza as decisões em busca de melhores resultados em seus ramos de atuação
Maurício Claro explica que, com o objetivo de obter melhores resultados em seus ramos de atuação, os Correios criaram as chamadas gerências de macrorregiões, responsáveis, agora, pelas atividades de operações e negócios. “Três estão vinculadas à diretoria regional de Bauru e outras três à diretoria da Capital”, cita.
Elas possuem, contudo, plena autonomia para a tomada de decisões e respondem, diretamente, à vice-presidência dos Correios, que fica em Brasília. “Nesta reconfiguração, o diretor passou a desempenhar um papel mais institucional. É um representante, em Bauru, do presidente dos Correios. Ele não tem mais ingerência sobre as atividades realizadas pelos macrogestores, mas atua, por exemplo, em caso de denúncias e na prevenção de irregularidades”, esclarece Claro.
Em matéria publicada pelo Jornal da Cidade no ano passado, os Correios já haviam informado, por meio de nota, que os diretores da empresa passariam a cuidar apenas da atividades estratégicas e institucionais de gabinete, assessoria de comunicação e de gestão e relações sindicais e do trabalho.
“O diretor passa a ser o representante da empresa no âmbito do Estado, realizando regionalmente o alinhamento empresarial e institucional das diretrizes da diretoria-executiva”, esclareceu, à época, a assessoria de comunicação da empresa em Brasília.
Já as áreas de suporte e recursos humanos ficaram ligadas diretamente à vice-presidência e as de operações e negócios, às gerências de macrorregiões. Dentro da reestruturação, no Estado, duas macrorregiões foram instituídas em Bauru (de encomendas comercial e de rede e varejo comercial), uma em Campinas (postal operacional) e três na Capital (postal comercial, encomendas operacional e tecnologia da informação e comunicação).
“A meta da diretoria é manter a liderança destas macrorregiões e a integração entre elas. Algumas reuniões ainda serão realizadas para esclarecer que cada decisão tomadas por elas terão de ser comunicadas aos respectivos diretores regionais (em Bauru e São Paulo)”, pontua.
Autonomia
Maurício Claro diz que as mudanças não representaram perda de autonomia ou importância da diretoria regional de Bauru dentro dos Correios, já que ainda possui muitas atribuições e está vinculada a três macrorregiões, responsáveis por diversas decisões dentro da empresa. “E é importante destacar que está completamente fora de cogitação a possibilidade de a diretoria de Bauru encerrar suas atividades. Se assim fosse, a presidência dos Correios jamais teria nomeado um novo diretor regional”, observa.
Dentre os desafios a serem enfrentados em sua gestão, Claro cita o esforço para motivar, valorizar e qualificar permanentemente os cerca de 14 mil funcionários da unidade São Paulo Interior, para que possam aprimorar, cada vez mais, os serviços prestados à população.
Fonte: jcnet.com.br
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