Foto: ICMBio |
Foram avaliadas aves endêmicas (exclusivas do bioma) e aves com grande distribuição na Caatinga mesmo que ocorram em outros biomas, totalizando 53 táxons (unidades de classificação das espécies). A avaliação dos táxons seguiu a metodologia estabelecida pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN, na sigla em inglês), com discussões em plenária, verificando se os mesmos se enquadravam em algum critério de ameaça.
No final da oficina foi elaborado documento contendo a categorização de risco de extinção para cada táxon, com as devidas justificativas, ficando cinco táxons como Criticamente em Perigo (CR), 11 Em Perigo (EN), sete Vulnerável (VU), um Quase Ameaçado (NT) e 29 Menos Preocupante (LC).
Mudanças
Pequenas mudanças ocorreram entre o primeiro ciclo e o segundo de avaliação. Por exemplo, o tico-tico-do-são-francisco (Arremon franciscanus) que no primeiro ciclo foi categorizado como NT agora ficou como LC e joão-chique-chique (Synallaxis hellmayri) que antes foi categorizado como Dados Insuficientes (DD) agora passou para LC. Contudo, nesta avaliação, duas subespécies foram acrescentadas à lista de táxons ameaçados – Colibri delphinae greenewalti, que ficou categorizada como Em Perigo (EN) e Procnias averano averano, Vulnerável (VU). Além disso, outras três espécies tiveram seu nível de risco de extinção aumentado em relação à oficina anterior.
Apesar das alterações climáticas não terem sido incluídas na avaliação das espécies, os participantes ressaltaram que é importante considerar essa possibilidade e que mais estudos devem ser realizados para analisar a influência do aquecimento global na probabilidade de extinção dos táxons.
Segundo Diego Mendes, analista ambiental do Cemave, observou-se, durante os debates na oficina, que houve aumento do conhecimento sobre as espécies ao longo de cinco anos e que informações que antes não existiam, como as relacionadas a estimativas populacionais, foram relevantes para a melhor categorização dos táxons.
Além disso, ainda segundo ele, houve um incremento nos registros de ocorrência das espécies o que favoreceu uma melhor precisão dos cálculos de extensão de ocorrência e área de ocorrência. “Os especialistas perceberam que houve uma dinâmica muito mais objetiva na aplicação do método, em função das informações sobre as espécies estarem disponíveis em banco de dados como o Atlas de Registro de Aves Brasileiras (ARA) e wikiaves e também pelo aumento da expertise da equipe.”
Validação
O resultado da avaliação será validado por especialistas em aplicação de critérios e categorias da IUCN, no processo de revisão. A oficina foi coordenada pelo Cemave e contou com a participação das instituições Uefs, UFPB, UFS, Ufersa, Ufal, UFPA, UFRPE, Unimontes, CBRO e Aquasis.
O Cemave, juntamente com a Coordenação de Avaliação do Estado de Conservação da Biodiversidade (Coabio), do ICMBio, assumiu o compromisso de avaliar, no novo ciclo de cinco anos até 2020, o estado de conservação de todas as aves brasileiras que, segundo o Comitê Brasileiro de Registros Ornitológicos (CBRO), chegam a mais de 1.919 espécies. Em 2017, está prevista a realização da oficina para avaliação das espécies de aves da Amazônia e de aves Limícolas.
Contribuição
Nesse sentido, o Cemave convida servidores do ICMBio e de instituições parceiras, que atuam na área, a contribuir na avaliação do estado de conservação das aves da Amazônia e Limícolas, com informações sobre as espécies por meio da ficha-base da avaliação. As fichas estão disponíveis para edição e envio de contribuições por meio do ARA. Clique aqui para ter acesso.
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