Imagem ICMBio |
O Brasil lançou na noite dessa quinta-feira (8), durante a Conferência das Partes (COP 13) sobre Diversidade Biológica, que ocorre em Cancun, no México, o sumário executivo do Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção. O levantamento, realizado entre 2010 e 2014, representa o maior esforço já feito sobre o tema no mundo.
De acordo com o diretor de Ações Socioambientais e Consolidação Territorial em Unidades de Conservação do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Cláudio Maretti, a publicação do estudo é o primeiro passo para alcançar a extinção zero e funciona como uma das estratégias do País para o cumprimento de metas internacionais de redução da perda da biodiversidade.
“A pesquisa avalia, pela primeira vez, o risco de extinção de todos os vertebrados que ocorrem no Brasil e de um grupo selecionado de invertebrados. Ela irá orientar a criação, ampliação e melhoria de unidades de conservação no Brasil”, ressaltou.
O diretor disse ainda que o levantamento auxiliará o País a alcançar a extinção zero das espécies nativas e a cumprir a meta de Aichi número 12 (Em 2020, a extinção de espécies em risco conhecidas deve estar prevenida e sua situação de conservação, particularmente para aquelas de maior declínio, melhorada e sustentada).
O livro
O estudo é fruto do trabalho de 1.270 cientistas coordenados pelo ICMBio e colaboração de dezenas de outras organizações, com metodologia globalmente reconhecida pela União Internacional de Conservação da Natureza (IUCN, na sigla original).
O levantamento analisou o status de conservação de 12.254 espécies, incluindo peixes e invertebrados aquáticos. Na lista anterior, divulgada em 2003, haviam sido avaliadas 816 espécies. O livro aponta um incremento na quantidade de espécies ameaçadas. O total nessa situação é de 1.173, divididas em três categorias: Criticamente em Perigo (CR), Em Perigo (EN) e Vulnerável (VU).
Maretti afirmou também que, para alcançar a extinção zero, outras medidas devem ser adotadas, como a criação e melhoria de unidades de conservação, planos de ação para redução das ameaças e listas de espécies em risco para adoção de políticas públicas.
A proteção de habitats por meio de unidades de conservação (UCs) é o meio mais utilizado no Brasil para reduzir o risco de extinção das espécies. Ao todo, o País tem 2.029 UCs, entre federais, estaduais, municipais e reservas particulares do patrimônio natural (RPPNs). As 326 unidades federais são geridas pelo ICMBio. Mesmo assim, 180 espécies ainda vivem fora de áreas protegidas.
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