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quarta-feira, 16 de novembro de 2016

Redução das emissões de gases: Brasil apresenta produção agrícola com preservação ambiental na COP 22


Durante a Conferência da Organização das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP22), o ministro da Agricultura Blairo Maggi apresentou a meta do País de aumentar a produção agrícola, mantendo a qualidade dos produtos, reduzir as emissões de gases de efeito estufa (GEEs) na agropecuária e, ao mesmo tempo, preservar a maior biodiversidade do planeta.

O encontro entre representantes de 190 países ocorre em Marrakesh no Marrocos até a próxima sexta-feira (18), para debater a aplicação do Acordo de Paris. A reunião pretende regulamentar as propostas do Acordo de manter o aumento da temperatura média global abaixo de 2ºC em relação aos níveis pré-industriais e garantir esforços para limitar o aumento da temperatura a 1,5ºC.

Compromisso brasileiro

Até o momento, 110 países já transformaram as metas assumidas internacionalmente em leis nacionais. O Brasil foi um dos primeiros a fazer essa ratificação nacional, após aprovação em tempo recorde pelo Congresso Nacional. Considerada uma das mais ambiciosas, a meta brasileira é a de reduzir 37% das emissões de carbono até 2025, com indicativo de chegar ao corte de 43% em 2030.

O setor agrícola se propôs a contribuir com a recuperação de 15 milhões de hectares de pastagens, aumentar em 5 milhões de hectares os sistemas de produção integrada e fornecer matérias-primas para biocombustíveis como etanol e biodiesel, que deverão responder por 18% do consumo energético nacional em 2030.

"Somando-se as metas voluntárias assumidas anteriormente com o compromisso ratificado pelo País por meio da NDC (Proposta do Observatório do Clima para a Contribuição Nacionalmente Determinada), o Brasil se compromete a trabalhar 55,5 milhões de hectares e mais 12 milhões para recuperação e recomposição de florestas, o que representa mais de um quarto de todas as terras usadas pela agropecuária. Nenhum outro país assumiu proposta tão audaciosa", ressaltou o pesquisador da Embrapa Meio Ambiente, Celso Manzatto.

Para Manzatto, a Plataforma é uma valiosa iniciativa, tanto para validar os resultados alcançados e gerar dados para certificação de produtos agropecuários sustentáveis, quanto como ferramenta para disseminar essas tecnologias.

De acordo com o presidente da Embrapa, Maurício Antônio Lopes, o Brasil concentra todas as condições para se tornar líder mundial em intensificação baseada em tecnologias "poupa-recursos", de baixa emissão de carbono e em ganhos na produtividade da terra. Segundo ele, o País é um dos poucos do mundo com grandes extensões de terra com aptidão para uso sustentável.

Projeções

O Ministério da Agricultura prevê que o setor agropecuário nacional deverá alcançar a redução de emissões de gás carbônico em 0,9 gigatoneladas, entre de 2005 e 2030.

A pasta atribui as expectativas ao desempenho do Plano Setorial de Mitigação e de Adaptação às Mudanças Climáticas para a Consolidação de uma Economia de Baixa Emissão de Carbono na Agricultura (Plano ABC). O plano visa impulsionar práticas sustentáveis para redução de emissões e retenção de carbono por meio da recuperação de pastagens degradadas, do plantio direto na palha, do plantio de florestas e da integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF).

As áreas produtivas com sistema integrado somam 11,5 milhões de hectares no País, de acordo com pesquisa patrocinada pela Rede de Fomento de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta e realizada pelo Kleffmann Group com acompanhamento técnico da Embrapa Meio Ambiente (SP).

Produtos brasileiros

Na COP-22, a comitiva brasileira ainda ressaltou que a extensão das áreas de preservação em propriedades rurais brasileiras correspondem aos territórios da França e da Noruega juntos. Por conta do cumprimento de regras ambientais rigorosas, o ministro da Agricultura defendeu que os produtos agrícolas brasileiros tenham preferência no mercado global.

Fonte: Portal Brasil, com informações do Ministério do Meio Ambiente 


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