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Cientistas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) contam com uma nova tecnologia para monitorar com precisão incêndios e queimadas no Brasil. Um algoritmo (ou comandos computacionais) desenvolvido no Inpe permite o mapeamento das áreas destruídas pelo fogo a partir de dados de sensoriamento remoto obtidos da agência espacial norte-americana, a Nasa.
A nova ferramenta já foi adotada pelo Grupo de Monitoramento de Queimadas e Incêndios para gerar estimativas mais confiáveis, inclusive, retroativamente. Com base nas imagens de satélites, os pesquisadores conseguiam acompanhar os focos de incêndio, ou seja, o local da chama. Agora, é possível dimensionar a área tomada pelo fogo ano a ano em cada bioma, desde 2005. Isso porque o algoritmo desenvolvido tem resolução espacial de 1 quilômetro quadrado.
Avanço Internacional
Segundo a pesquisadora Renata Libonati, que desenvolveu a ferramenta durante pós-graduação no Instituto, o Brasil usava tecnologia desenvolvida pela Nasa para todo o planeta. A desvantagem é que o sensoriamento em escala global, feito de forma generalizada, não considera as características de cada bioma, como tipo de vegetação, solo e clima. "Com esse algoritmo, nós conseguimos refinar as informações sobre as queimadas no Brasil", diz Libonati.
Ela explica que a ferramenta abre uma nova perspectiva para as ações de monitoramento e fiscalização do País. Além disso, permite que o Brasil avance nas políticas de controle de emissão de poluentes. "Estimativas mais realistas melhoram as incertezas no cálculo de emissão de poluentes gerados pela queima de vegetação e a análise dos impactos nos cenários futuros de mudanças climáticas."
Balanço
A pesquisa foi supervisionada pelo coordenador do Grupo de Monitoramento de Queimadas e Incêndios do Inpe, Alberto Setzer. De acordo com os dados do grupo, até junho de 2016, foram registrados 22.643 focos de incêndio em todo o Brasil, um aumento de 47% em relação ao mesmo período do ano passado.
Mato Grosso e Pará lideram a lista de Estados com mais ocorrências. No primeiro, foram 5.654 focos – 39% a mais que 2015. Com 2.129 registros, o Pará dobrou o número de ocorrências. A explicação está no clima mais seco, quando o fogo é usado com mais frequência na vegetação e as chances de propagação são maiores.
"Como estamos no início da seca, a preocupação é o que vem pela frente, ou seja, o clima e a atuação dos órgãos de fiscalização", alerta Setzer.
Fonte: Portal Brasil, com informações do Ministério da Ciência Tecnologia, Inovação e Comunicações
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